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registram maior número da história.
Queimadas no Amazonas em 2020
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que estado já registrou 15,7 mil focos ativos. Meses de agosto e setembro costumam ser os mais secos do ano na Região Amazônica.
Por Matheus Castro, G1 - 11/10/2020
Número de focos de queimadas no Amazonas bate recordeO número de queimadas no Ama- zonas em 2020 superou o recorde anterior, de 2005, e passou a ser o maior da história. Dados do Instituto

Nacional Espaciais (Inpe) mostram que, até este domingo (11), o estado já registrou 15.700 focos ativos, enquanto em 2005 o acumulado de todo o ano foi de 15.644 casos.
O levantamento de focos ativos de incêndio do Inpe é feito por satélite desde 1998.
Agosto também registrou o maior número de queimadas para um único mês nos últimos 22 anos. Segundo a tabela de Monitoramento dos Focos Ativos por Estado do Inpe, foram 8.030 casos de queimadas em todo o Estado.
Os meses de agosto e setembro costumam ser os mais secos do ano na Região Amazônica e também formam o período em que, segundo especialistas, ocorrem os maiores índices de casos de queimadas e desmatamento.
De janeiro a setembro de 2020, o número parcial de queimadas em todo o Amazonas também foi maior que o total de 2019. — Foto: GloboNews
No comparativo dos anos, atrás de 2020 e 2005, 2015 registrou o terceiro maior índice da história. Foram 13.419 casos. Em quarto lugar, 2019, com 12.676 focos.
Maiores focos de queimadas no Amazonas.
Levantamento feito por ano. Dados de 2020 até 11 de outubro.
Os municípios de Apuí e Lábrea, no extremo sul do Estado e fronteira com o Mato Grosso, são os mais afetados pelas queimadas nesse ano. Em Apuí, até o final da segunda semana de outubro foram registrados 2.740 focos, enquanto em Lábrea, 2.237. Os dois municípios estão na lista do Inpe como as dez cidades de todo o país mais afetadas pelas chamas.

Amazônia é o bioma mais afetado
Segundo dados do Inpe, a Amazônia é o bioma mais afetado pelas queimadas em 2020. 45,6% dos casos registrados no país durante o ano ocorreram na região. Dados mostram que, de janeiro a setembro deste ano, o número de focos de queimadas registrados é o maior desde 2010. Naquele ano, foram 102.409 pontos, enquanto em 2020, no mesmo período, 76.030.
Além das queimadas, a Amazônia Legal também registra um aumento no número de desmatamento. A região teve uma área de 964 km² sob alerta em setembro, a segunda maior em cinco anos, segundo um levantamento do G1. No Amazonas, o município de Lábrea, que também registra o segundo maior em número de queimadas em todo o estado durante o ano, já desmatou, em 2020, cerca de 42,06 km²

Queimadas em Apuí, no Sul do Amazonas. — Foto: Orlando Júnior/Divulgação
O desmatamento e as queimadas estão relacionados. O fogo é parte da estratégia de "limpeza" do solo que foi desmatado para posteriormente ser usado na pecuária ou no plantio. É o chamado "ciclo de desmatamento da Amazônia".
Para o geógrafo e ambientalista Carlos Durigan, diretor do Programa WCS-Brasil, organização que preserva a fauna silvestre e lugares naturais em todo o mundo através da ciência, as queimadas são a consolidação das áreas desmatadas em campos agrícolas ou para atividade pecuária.
"O Amazonas é o maior estado do Brasil e nos últimos anos vemos esse aumento expressivo que vem pelo Sul do Estado. Nada mais é que a substituição do modo de vida, do modo de produzir amazônico pelo modo de produzir que vem de outras regiões, como o Sul e o Centro-Oeste. E que tá ligado ao agronegócio, a agricultura e a pecuária extensiva", explicou.
O especialista também vê com preocupação a expansão dos eixos rodoviários na Região, como a BR-319, no Sul do Estado. Segundo ele, os números de desmatamento e queimada podem aumentar ainda mais se não houver controle por parte dos órgãos competentes.
"Se não houver uma salva-guarda sócio-ambiental por parte das autoridades vamos ver esse cenário de destruição estabelecido no Sul do Amazonas subindo para a Amazônia central, afetando a vida das pessoas que vivem na região do Purus e do Madeira, até Manaus. Estamos perdendo um patrimônio de valor incalculável, como biodiversidade, floresta, serviços ecossistêmicos e qualidade de vida", ressaltou.
Espécies em extinção na Mata Atlântica

A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos do planeta. No entanto, existem muitas espécies em extinção devido à sua devastação. Vegetais e animais correm risco de sumir do mapa, e isso interfere diretamente nos seres humanos. Basta ver as queimadas na Amazônia modificando o ar nos diversos estados brasileiros. Para preservar esse importante bioma, nós podemos ajudar também. Conheça as espécies em extinção e saiba como podemos ser um agente de mudança positivo no meio ambiente!
O bioma Mata Atlântica
A Mata Atlântica é um bioma constituído por formações florestais e alguns ecossistemas associados. Sua biodiversidade impressiona, com cerca de 20.000 espécies de plantas, sendo 6 mil exemplares de plantas endêmicas (grande variedade de epífitas: orquídeas e briófitas), e de animais, com 160 espécies de mamíferos e 253 de anfíbios.
O extrato vegetal é constituído por um patamar alto, com árvores de estatura média de 35 metros, e outro mais baixo, de densidade arbustiva. As folhas são típicas de florestas tropicais (latifoliadas e perenifólias, ou largas e persistentes). O bioma se estende pela faixa litorânea do Rio Grande do Norte ao litoral de Santa Catarina. O clima é tropical, quente e úmido, o que provoca chuvas constantes na região costeira.
Se a Mata Atlântica é uma das áreas mais ricas em biodiversidade do planeta, infelizmente é também o bioma brasileiro mais devastado, que foi reduzido atualmente a 7% de sua área original (ocupava quase 15% do território nacional). Existem muitas espécies em extinção.
Sua destruição remonta ao início da colonização europeia, com a extração do pau-brasil (Caesalpinia echinata), utilizado em construções e em tintura de tecidos. Em seguida, veio o ciclo da cana-de-açúcar, momento em que houve grande desmatamento. A destruição ambiental da Mata Atlântica se deu, basicamente, para o aumento de áreas urbanas e para a comercialização ilegal das espécies
O Início da Distruição do bioma

Situação das espécies
Preservação
Os últimos levantamentos do Ministério da Saúde apontaram uma situação grave acerca das espécies vegetais: são pelo menos 276 espécies em extinção. A título de comparação, a Amazônia está nas últimas posições, com 24 espécies, e a Caatinga com 46.
O desmatamento do bioma é a principal causa. As principais espécies vegetais em risco são pau-brasil, palmeira-juçara, pinheiro-do-Paraná, gravatá, gonçalo alves, aroeira do sertão, cipó escada de macaco, jequitibá-rosa, peroba, andiroba, imbuia, mogno, pau-rosa e outras.
O mesmo ocorre com os animais. Podemos citar alguns animais em risco, como:
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Jacaré-de-papo-amarelo;
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Tamanduá-bandeira;
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Preguiça-de-coleira;
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Cervo do Pantanal;
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Mico-leão-dourado;
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Mico-leão-preto;
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Macaco-aranha;
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Tatu-canastra;
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Onça-pintada;
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Ararinha azul;
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Lobo-guará;
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Jaguatirica;
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Arara azul;
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Tartaruga;
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Urubu-rei;
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Surucucu;
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Peixe-boi;
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Flamingo;
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Pirarucu;
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Falcão;
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Jabuti;
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Anta.
A Mata Atlântica possui milhares de espécies da fauna e flora. Algumas delas são endêmicas, ou seja, encontradas somente nessa região. Não à toa, a preservação desse bioma é uma medida urgente e relevante. Tanto é assim que o dia 27 de maio foi instituído como o Dia da Mata Atlântica para incentivar iniciativas de preservação e de proteção ambiental.
Em 27 de maio de 1560, Padre Anchieta escreveu aos seus superiores sobre as belezas e as qualidades da Mata Atlântica presente no litoral paulista, ressaltando as características e a variedade das espécies. E como preservar esse importante bioma? Como cuidar das espécies em extinção?

A maior parte das ações de preservação é atribuída aos sítios e parques estaduais que protegem as áreas contra a degradação ambiental. No entanto, as áreas particulares também pode ser transformadas em zonas de conservação. E como cada cidadão pode agir para preservar esse bioma? Veja:
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Não desmatar e contribuir para as ações de restauração e plantio de múltiplas espécies da flora original do bioma;
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Diminuir o consumo de energia elétrica, já que as construções de usinas hidrelétricas são conhecidas por desmatarem e inundarem partes da Mata Atlântica;
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Adotar o consumo responsável, adquirindo produtos somente com selos de qualidade, que atestam a legalidade;
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Diminuir a emissão de poluentes e o consumo de água;
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Ter cuidado ao entrar na floresta.
Fotos de Parque das Aves e InfoEscola.